segunda-feira, 28 de março de 2016

Apetecia-me ser transparente. Que me lesses a mente. Que soubesses exactamente aquilo que que me percorre a ideia. Que adivinhasses o meu querer. Que me conhecesses de cor a vontade. Que olhasses os meus olhos e lesses o que nem eu leio.

Apetecia-me que me virasses o mundo do avesso. Que me desconcertasses os dias planos. Que me baralhasses prioridades. Que me roubasses o chão. Que me fizesses pensar pela dúvida. Corar pela indefinição. Sorrir pela antecipação.

Apetecia-me o mundo ao contrário. 
Ou, quem sabe, afinal do lado certo.
(Rita Leston)