sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Sobre o post anterior…

…o meu comentário.

Gosto do humor, muitas vezes até sarcástico, do Ricardo Araújo Pereira. E nesta crónica (post anterior), ainda que humoristicamente, aborda um assunto que há muito me intriga - a validade dos manuais escolares!

Não tenho filhos, e por isso, não passo pelo “sufoco” que os milhares de pais deste país, fazem todos os anos, com a ginástica orçamental que têm de fazer para que os seus filhos cumpram o ensino obrigatório.

Mas passei pela experiência há uns anos atrás, quando o meu afilhado (hoje rapaz com barba) iniciou o seu percurso escolar. Como os pais nessa altura passavam por momentos menos bons (não muito diferente da situação de hoje de muitas famílias) fui eu que adquiri todo o material que a escola pediu para o 1º ano do ensino básico. 

Primeiro fiquei estupefacta, pela quantidade de material exigido pela escola, que até se dava ao luxo de dizer quais as marcas a adquirir! Depois, como os livros que a escola pedia, já estavam esgotados na livraria onde me indicaram para os comprar, tive de recorrer à editora e quando os fui buscar fiquei chocada com o preço que tive de pagar! Desabafei com a pessoa que me atendia que era um absurdo, a quantidade de dinheiro que se gastava com uma criança que ia iniciar o ensino básico (na altura gastei à volta de 160€ em todo o material)!! A resposta que obtive foi: “e tem muita sorte se o seu filho não mudar de escola a meio do ano, porque se isso acontecer, provavelmente vai ter que comprar outros livros”!

Se já estava indignada mais fiquei! 

E, infelizmente, o meu afilhado nesse ano teve mesmo de mudar de escola… e de livros também! 

A irmã que entrou para a escola 4 anos depois nunca pode utilizar os livros do irmão porque já não eram válidos, e foi assim até terminar o secundário!

E vem-me há memória que os meus pais, com 7 filhos, com diferença de idades de 20 anos entre o mais velho e o mais novo, só gastaram dinheiro em livros com o primeiro filho, todos os outros utilizaram esses mesmos livros…e os alunos dessa altura saiam do básico a saber tanto ou mais que os de hoje com o secundário e até mesmo alguns universitários!

Mas isto só acontece neste país! Tenho muitos familiares que vivem em França e muitos em idade escolar. Lá os livros e manuais são fornecidos pelas escolas aos alunos. Livros e manuais, que podem ser novos ou já utilizados. O aluno devolve-os no final do ano, que irão servir para os alunos do ano a seguir. Se por ventura o aluno estragar o livro, aí sim, os pais terão de o pagar à escola, o que acho justo.

Mas Portugal como é um país, não rico, mas riquíssimo, pode dar-se ao luxo de dar às escolas o direito de estas escolherem quais os manuais que querem ter e quando os querem trocar!

Por isso, acredito cada vez mais, que há uma máfia institucionalizada entre escolas, editoras e, obviamente, com a conivência de quem nos governa à semelhança do que se passa  em tantos outros sectores de actividade! 

Mas como se diz muito por aí – temos o que merecemos!









2 comentários:

  1. Pois temos! Exactamente o que merecemos.
    E a avaliar pelas sondagens, a acontecer uma vitória eleitoral dos bandalhos que lá estão agora, vou-me fartar de rir daqui a uns tempos, quando caírem novamente em cima dos rendimentos das pessoas para continuar a pagar a merda que fizeram e continuam a fazer!
    Depois venham cá dizer que não votaram neles...

    (bater contra um poste numa rua escura é azar! Bater duas vezes no mesmo poste é burrice!)

    :)

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  2. C.N.Gil,
    conheces aquela máxima "quanto mais me bates mais eu gosto de ti"?Pois é um bocado isso.
    Com ou sem sondagens eles vão ganhar outra vez e como já o disse por aí, entre eles e o outro venha o diabo e escolha, porque eu não escolho nenhum deles!
    :)

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