sábado, 22 de novembro de 2014

"Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei"

Nasci, no seio de uma família católica e passei a minha infância ligada à igreja. Fui baptizada, fiz a primeira comunhão, tive até, uma participação muito activa dentro da igreja sendo, a primeira mulher (menina na altura), a ir ao altar ler as leituras sagradas, nas missas de domingo, da pequena aldeia onde vivi até à minha adolescência.

Foi, na adolescência, que me afastei da igreja. Comecei a perceber, que aquilo que me era incutido, não fazia nenhum sentido para mim!

Percebi, que eram antes, directrizes institucionalizadas pelo clero e que nada tinham a ver com a mensagem de Cristo! 

Quando chegou a altura de me casar, ainda que a outra parte quisesse muito que o mesmo fosse pela igreja, disse redondamente que NÃO! E à pergunta porquê? Respondi:

– Acredito, demasiado em Deus! E não faço um juramento perante ELE de que irei viver com uma pessoa até que a morte nos separe! Quando eu não sei se poderei cumprir ou não, esse juramento!

Não casei pela igreja, e continuo a viver até hoje com a mesma pessoa, quiçá, até que a morte nos separe…No entanto, conheço tantos e tantos outros, que fizeram esse juramento e ao fim de pouco tempo já o tinham quebrado!

Nunca me liguei a nenhuma outra religião porque, até agora, ainda não encontrei nenhuma que me dê a liberdade de ser quem sou! Não acredito nelas, e chego à conclusão que pratico mais os ensinamentos daquele de quem as religiões usam o nome, do que elas próprias! Porque acima de tudo, amo o meu semelhante!

Este comentário, vem a propósito, de nos últimos dias ter assistido através da comunicação social, a uma “guerra” que a população de Canelas do concelho de Vila Nova de Gaia, está a desencadear por causa da substituição de um padre, e também por ver anunciar que vai ser tema de um conceituado programa de televisão!

Compreendo, que se possa gostar mais de um padre do que de outro. 

Compreendo, que há muitos que até prestam um muito bom serviço aos seus paroquianos e há outros que nem por isso!

Só, não compreendo, que uma população que se diz católica praticante, se recuse a ir à missa só porque o padre da sua igreja foi substituído por outro e a quem nem sequer lhe dão a oportunidade de provar, se vai ou não, prestar um bom serviço à comunidade! E ainda, onde está a fé que as levam à igreja?!

Por outro lado, este comportamento por parte desta população, CHOCA-ME! Por ver que se mobilizam desta maneira, ao ponto de um padre que não fez mal nenhum a ninguém, ter de ser escoltado pela GNR para poder celebrar uma missa! Enquanto que, por causas sérias e graves, para as quais devemos mobilizar-nos, as populações fecham os olhos e tapam os ouvidos!

1 comentário:

  1. Ora aqui está uma temática no mínimo interessante!

    Apesar de achar ridiculos os protestos como estão a ser feitos, acho que o Bispo, enqaunto suposto "pastor" daquelas gentes se deveria dignar a ir lá e explicar o porquê das suas opções!
    Basicamente acho esta situação um dialogo de surdos mudos que não conhecem linguagem gestual!
    E isto é mais um exemplo de o quanto as pessoas, apesar de irem bater com a mão no peito por uma religião que prega a tolerância, serem absolutamente intolerantes! Pra mim isso tira-lhes a razão!
    Pelos vistos não vão à igreja para adorar Deus, mas sim o padre...

    Eu sou católico porque calhou, cristão por opção pessoal. Vou à missa também por opção pessoal e por considerar que os valores cristãos são válidos enquanto guias de vida! Já ouvi padres a dizer as maiores barbaridades, as coisas mais estúpidas, mas eu não vou à igreja por causa do padre ou do que ele diz...
    ...porque se fosse lá pelo que os padres dizem já lá não punha os pés há anos!
    O evangelho apócrifo de Tomé contém uma citação de Cristo muito interessante:
    "Eu sou a luz que está sobre todos eles. Eu sou o todo. De mim surgiu o todo e de mim o todo se estendeu. Rachai um pedaço de madeira, e eu estou lá. Levantai a pedra e me encontrareis lá."



    :)

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